quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Continuação...

Ele se sentou
no sofá.
  - Luiza, vai ajudar seu pai na cozinha.
Preciso conversar com seu  tio em
particular!
  - Poxa, mãe... Agora?
  - Agora!
 Ela saiu resmungando e assim que ela
desapareceu da sala, Bia virou-se para Cauã.
Ele ficou nervoso: “Será que ela iria brigar com ele de novo? – Pensou.
  - Desculpa Cauã. Não quis ter falado com você
daquela maneira hoje!
   - Eu sei que quis Bia. Você soltou o que há
muito tempo estava preso em você! Mas você tem toda razão, tenho que tomar um
rumo para minha vida.
  - Não diga isso, eu só explodi num momento de
raiva...
  - Está
tudo bem, vamos esquecer isso.
   
Ele se
levantou, foi até o quarto, pegou o porta retrato e o colocou de volta na
estante. Paulo entrou na sala com Luiza no colo e percebendo o clima chato
disse:
  - A comida está pronta, vamos jantar.
 Sentaram-se na mesa e só ouviam as vozes de
Paulo e Luiza. Cauã pediu licença e foi para o quarto novamente, no fundo ele
sabia que Bia tinha razão, mas não sabia como sair daquela situação. Ele também
sabia que estava agindo errado com sua irmã, ela não tinha culpa de seus
problemas.
 
Em alguns
meses iriam fazer seu juramento e então não haveria mais jeito, teria que tomar
logo sua decisão.
 Após colocar Luiza na cama, Paulo foi para seu
quarto:
  - O que está acontecendo entre você e Cauã?
  - Não é nada Paulo só tivemos uma pequena discussão,
mas vai passar.
  - Quer conversa?
  - Não obrigada. Estou cansada, preciso
dormir.
  - Tudo bem, boa noite, te amo.
  - Também te amo.
 Bia deu um beijo em Paulo e se preparou para
dormir.
                                           (...)

 Cauã acordou no outro dia bem cedo, antes de
todos. Preparou a mesa de café da manhã e sentou-se para esperar o resto do
pessoal descer. Paulo levantou-se e foi tomar banho, Bia desceu para preparar o
café. Se assustou ao ver a mesa toda arrumada.
  - Bom dia! Nossa, que mesa linda! – Disse
Bia.
  -Bom dia mana, gostou? Preparei especialmente
pra você. 
- Poxa,
obrigada. Não precisava.
  - Desculpa, sei que você tem razão sobre tudo
que me disse. Eu sou um egoísta, mas prometo me esforçar para melhorar.
 Bia se aproximou dele e o beijou na testa:
  - Eu sei que vai melhorar sim. Você sabe que
amo você e que pode contar comigo quando precisar.
   - Obrigado. Também amo você.
  - Hum, não vou te enganar, está um cheiro bom
vindo dessa mesa viu.
 Eles riram e tanto Cauã quanto Bia se sentia
melhor agora que o clima entre eles havia desaparecido.
                                                   ***

   Os dias passavam rápido  e o aniversário de Luiza se aproximava.
 Numa certa manhã Cauã
acordou ouvindo gargalhadas de criança, foi até a sala ainda meio sonolento e
descabelado. Ao se aproximar ouviu vozes cada vez mais reconhecíveis. Ele pode
ver agora, parado à porta que se tratavam de seus pais.
 Quando sua mãe lhe
viu levantou-se na mesma hora e lhe deu um abraço bem apertado, daqueles que
fazem perder a respiração.
  - Como você está meu filho? Tem tanto tempo
que não te vejo...
  - Estou bem mãe, mas se continuar a me
apertar assim, vou desmaiar por falta de ar. – Disse Cauã sorrindo.
 Todos sorriram também.
  - Desculpa filho, é que estava com muita
saudade.
  - Como está indo no seminário, filho? – Agora
era seu pai que o cumprimentava.
  - Está tudo bem pai, estamos quase
finalizando. Daqui alguns meses iremos fazer o juramento.
 E a partir daí, emendaram em vários assuntos,
colocando os papos em dia. Cauã sentiu outro aperto, agora em seu pescoço. Ao
virar-se viu Pedro sorrindo.
“Como ele havia esticado!” – Pensou.
 Quando o viu pela última vez ele estava com
seis anos. Ele estava enorme, até se assustou:
  - Meu Deus, o que vocês deram pra esse
menino? Como ele esticou...
  - Esse menino come o dia todo! – Disse seu
pai.
  - Só não engorda de ruim não é. – Cauã
continuou.
  - Ele puxou a você Cauã. Esqueceu como você
era magricelo na idade dele? – Disse Bia.

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