- Nem sei o que dizer amiga, estou tão chocada quanto você e ele! Quando meus pais ficarem sabendo, não quero nem estar perto...
- Poxa, Bia. Estou tão chateada! Quando parecia que as coisas ia bem, vem outra coisa e acaba com tudo! Você acha que eu fiz mal em terminar com ele?
- Olha, amiga, é complicado! Porque quando a gente ama mesmo uma pessoa, a gente fica do lado dela tanto nos momentos bons quanto nos ruins, mas nesse caso eu também não sei o que faria.
- Ai, estou tão confusa!
Ao olhar pra frente, vi Cauã e Fred. Ele estava super pra baixo e quando nos viu, veio até nós.
- Oi meninos, bom dia!
- Bom dia! - eles responderam.
- Como você está, Cauã? - perguntei.
- Como você acha que eu estou, Luíza? Acabei de descobrir que vou ter um filho e você terminou comigo! Acha que estou feliz com isso? - ele disse num tom arrogante.
- Desculpa, só perguntei por que estava preocupada! - eu disse totalmente sem graça.
Peguei minhas coisas que estava no banco do pátio e me dirigi até a sala.
- Luíza, espera.... Desculpa! - ele tentou argumentar.
- Precisava ter sido tão ignorante com ela? Ela não tem culpa das besteiras que você faz! - disse Bia.
Bia pegou suas coisas também e veio atrás de mim. Sentou ao meu lado na sala:
- Desculpa, amiga. Meu irmão esta muito nervoso com toda essa história. Ele me prometeu contar tudo para os nossos pais hoje, por isso esta assim!
- Eu entendo a situação dele, mas precisava descontar o humor dele em cima de mim?
Antes que Bia pudesse me responder, a professora Manuela nos interrompeu, entrando na sala e falando sobre as provas finais, recuperação e por ai vai...
Depois desse dia, eu quase não falava muito com o Cauã, só o basico mesmo. Cada dia, ele ficava mais triste e aquilo me agoniava por não poder fazer nada. A Bia me contou que ele havia contado para os pais sobre a gravidez. A mãe deles ficou nervosa na hora, mas depois acabou se conformando e o apoiando. Mas seu pai não aceitou de jeito nenhum e disse que ele teria que " se virar" sozinho pra sustentar a criança.
Ele agora esta procurando emprego. Fez umas entrevistas e agora esta esperando o resultado.
Os meses iam passando, eu estava me matando de tanto estudar, pelo fato de ter ficado alguns meses fora, estava um pouco atrasada na turma e tinha que correr atras. A formatura de Cauã estava chegando e a barriguinha da Carla ja começava a aparecer...
Eu fui para o parque e me sentei á beira do lago. Comecei a pensar em como fui burra ao ter voltado para Madalena. Poderia ter ficado em Ilha Bella até o fim.
Sempre que eu ficava triste, com raiva ou chateada, eu ia para o parque, sentava no banco em frente ao lago e ficava ali pensando na vida. É o meu lugar preferido. Calmo e silencioso. ali eu sinto que consigo me isolar do mundo, dos problemas...
Amanhã vai ser a festa da formatura. Vou tentar me distrair um pouco lá, esfriar a cabeça.
Cauã apesar de estar com a Carla o tempo todo, não voltou a namora-la. Ele a prometeu estar com ela o tempo todo e cuidar do filho, mas não iria ficar com uma pessoa que ele não amava.
(...)
No dia da festa, Bia foi se arrumar lá em casa para irmos juntas. Assim que chegamos, encontramos Paulo e Rick. Batemos um papo e após alguns minutos de conversa, Bia virou-se para a porta de entrada e ficou pálida.
- Aconteceu alguma coisa, amiga? - eu perguntei.
Ela deu um sorriso forçado e me disse:
- Ué, claro que não. Por quê?
- Ficou sem cor ai... - eu ri.
- É impressão sua!
- Tudo bem!
Ao me virar para a entrada, vi Cauã chegando abraçado com Carla. Paulo e Rick também viram.
- Eu estou vendo bem ou Cauã esta com a Carla? - Rick perguntou.
- Você esta vendo perfeitamente bem, Rick! - eu disse.
- Eu não estou entendo mais nada! O Cauã não estava namorando com você?
- Estava, mas a gente terminou! E como a Carla não perde uma, já esta em cima dele igual um gavião...
- Caramba! Vocês falam de mim, mas Cauã é muito mais rápido do que eu. Não perde tempo mesmo! E vocês vão ficar nisso? Uma empurra pra outra e ele pegando as duas?
Sai de perto deles e me sentei numa mesa sozinha.
- Cala a boca, Rick! Viu o que você fez? - disse Bia.
Bia veio até mim:
- Não fica assim amiga. O Cauã não voltou para a Carla, isso eu posso te garantir. Você não merece sofrer por ele e por ninguém. Vai encontrar alguém que te mereça, você vai ver...
- Obrigada Bia. Agora vou para casa. Não estou mais com saco pra essa festa! Na verdade, eu nem estava afim de vir mesmo e agora não tem nem mais clima pra continuar aqui!
- Tem certeza que não quer ficar?
- Tenho!
- Então esta certo, vai pra casa, relaxa e esqueça essa noite!
Levantei, dei um abraço nela e sai. Ela voltou comigo e passei pelos meninos, me despedindo.
- Onde você vai? - perguntou Rick.
- Vou pra casa!
- Mas já? Você acabou de chegar...
- Pois é.. Eu nem queria ter vindo e agora nem tenho vontade de continuar aqui!
- Quer que eu te leve?
- Não, obrigada Rick. Já estraguei minha noite e não quero atrapalhar a de mais ninguém!
- Que isso, Luíza... Você nunca vai me atrapalhar. Faço questão de te levar.
- Eu agradeço, mas não precisa! Eu prefiro ir sozinha!
Dei um beijo nos meninos e fui embora. Ao chegar no portão de casa, ouvi os gritos da minha mãe. Abri a porta correndo e a vi chorando:
- O que esta acontecendo aqui? - perguntei.
- Filha? O que esta fazendo aqui uma hora dessa? Você não estava na formatura? - disse minha mãe, limpando as lágrimas do rosto e tentando forçar um sorriso.
- Eu fiz uma pergunta e quero a resposta, mãe!
- Fala pra ela, Roberto...
- Falar o que pra mim, pai? Tem como me falar?
- Calma, filha... O que aconteceu foi o seguinte: Eu e sua mãe estávamos brigando muito, discutindo por qualquer coisa e então resolvemos nos separar!
- E por que não conta a ela que eu peguei você aos beijos com a safada da sua secretária? - disse minha mãe.
- Como é? Fala pra mim que isso é mentira, pai! - eu gritei.
- Por que falou isso pra ela, Luzia? Esta tentando colocar nossa filha contra mim?
- Eu, colocar nossa filha contra você? Você faz a burrada e eu que sou a ruim da história?
- Pai,eu te fiz uma pergunta... Isso que a mamãe falou é verdade?
Ele não respondeu. Eu gritei:
- Fala pai! É verdade ou não???
- Responde pra nossa filha, Roberto! - disse minha mãe.
- Foi verdade filha, mas...
- Não precisa nem terminar! - eu o interrompi. - Não quero ouvir suas desculpas, até porque isso não tem explicação. Você deveria ter pelo menos respeito á mim e minha mãe. Como você pôde, pai?
Nem deixei ele responder. Subi para o meu quarto e bati a porta com toda força.
- Viu o que você fez? - disse meu pai.
- Eu? Quem fez foi você! Pensasse nisso antes de me trair com aquela vagabunda! Agora pega suas coisas e vai embora! - disse minha mãe.
Ela terminou de falar e subiu até meu quarto. Bateu na porta:
- Filha, vamos conversar um pouco...
- Não quero, mãe! Me deixa sozinha...
- Tudo bem, vou para a cozinha fazer um chá. Qualquer coisa é só me chamar.
- Obrigada mãe!
Ela desceu e eu fiquei deitada, pensando em tudo. Nada dava certo, parecia que tudo resolveu acontecer de ruim. A vida não estava indo muito com a minha cara, só podia ser isso! O natal estava chegando e eu não tinha mais nem namorado e nem meu pai...
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