- Calma Rick, eu posso explicar! - eu disse, segurando o choro na garganta.
- Você acha que eu sou algum idiota? - ele disse.
Dava pra sentir a raiva na voz dele.
- Não fala assim com ela! Ja disse que a culpa é minha! - Cauã rebateu.
- Por favor, não é o que você está pensando... - minha voz mal saia da garganta.
- Fica quieta,Luíza. Eu percebi que o assunto agora é entre eu e Cauã agora!
Ele se virou para Cauã e continuou:
- Você se acha o 'pegador',né Cauã? Só por que já pegou a cidade toda, não quer deixar a Luíza fora da sua lista?
- Como se você fosse um santo, Rick. Você pensa que é o gostosão do mundo, quando não passa de um babaca.Você já ficou com a escola toda, quer falar o que de mim, moleque? Você acha que me engana? Sei muito bem que você só esta curtindo com a cara da Luíza...
Antes mesmo de Cauã terminar de falar, Rick partiu pra cima dele e lhe acertou um soco no canto direito da boca e em questão de segundos, os dois rolavam no chão.
Eu fiquei desesperada. Não sei de onde surgiu minha coragem, mas me enfiei no meio dos dois, separando-os e falei:
- Para já, os dois com isso! Ficaram loucos? Desse jeito não se resolve nada!
- Quer saber? Vão se ferrar vocês dois! Nunca pensei que iria fazer isso comigo Luíza... Mas você tinha razão! Você não era o tipo de garota que eu pensava...
- Por favor, Rick. Me escuta!
- Não tenho mais nada para falar com você! Esse assunto, assim como nosso namoro, acabou aqui!
Ele entrou no carro,arrancou e saiu feito um louco pela rua. Eu fui ajudar Cauã a se levantar do chão e limpar o canto da boca e dos olhos que estava sangrando. Comecei a chorar e quando olhei novamente para o carro de Rick, vi ele se chocar de frente com um caminhão que estava virando a esquina. Gritei:
- Riiiiick!
Corri feito uma louca pela rua, Cauã atras de mim. Ao chegar perto do acidente,Rick estava desmaiado,preso ás ferragens. O dono do caminhão saiu desesperado do veículo, dizendo:
- Não tive culpa! Ele saiu do nada e entrou na minha frente. Quando eu vi, já não dava mais para frear.
Mesmo chorando desesperada, falei:
- Calma,senhor... Depois resolvemos isso! Agora temos que ajudar ele a sair daqui...
- Não mecha no carro. Ele pode ter tido fraturas graves! - disso o homem.
- Ele esta vivo???
Eu estava louca. Não conseguia pensar em nada! Cheguei perto dele e ele ainda estava respirando.
Cauã ligou para a emergencia e ja estavam mandando uma ambulância.
Paulo e Bia estavam chegando e ficaram assustados. Paulo saiu correndo,para ver como o primo dele estava.
- O que aconteceu aqui? Você está bem,amiga? Cauã, por que esta todo machucado? - disse Bia.
- Como ele bateu com o carro? - perguntou Paulo.
Eu estava sentada no meio da rua, ao lado do carro. Bia tentava me tirar de lá, mas eu não conseguia me mexer. A ambulância chegou e demorou um pouco para tirá-lo de lá. Havia sangue para todo lado.
- Não sei como aconteceu... Foi tudo muito rápido! Ele ficou nervoso,Cauã, eu e ele discutimos e ele entrou no carro e saiu feito louco e depois só ouvimos o barulho...
Eu não falava coisa com coisa, parecia que estava em estado de choque.
- Mas porque vocês discutiram? - Paulo perguntou novamente.
- O Cauã me beijou e ele viu tudo! Eu não sei como isso aconteceu, eu só sei que...
- Meu irmão te beijou? Agora eu tenho certeza que ele pirou de vez... - disse Bia me interrompendo.
Paulo me levantou do chão:
- Você traiu meu primo?
- Não! Eu a beijei contra a vontade dela! - disse Cauã.
Eu não conseguia falar. Parecia que alguma coisa havia sugado minhas forças.
- Fique calma,Luíza... Não foi sua culpa, então não tem pelo o que se culpar! Vai para casa e tentar ficar tranquila.Bia, leva ela pra casa,eu vou para o hospital.
- Não, eu não vou para casa! Eu vou com você para o hospital.
- Melhor você ir para casa,amiga... Olha o seu estado!
- Eu não vou deixar ele sozinho no hospital!
- Mas eu vou estar com ele!
- Eu quero ir, não abro mão disso!
- Tem certeza disso?
- Tenho!
Pegamos um taxi e fomos para o hospital. Bia levou Cauã para casa, pois ele estava todo machucado. Os pais de Rick, chegaram um tempo depois e ficaram com a gente na sala de espera. A noite parecia não passar e nada de notícias dele. Quando ja eram quase umas cinco e meia da manhã, o médico veio nos procurar.
- Sr. e Sra. Silveira?
- Sim,doutor. Somos nós! - responderam.
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