- Bom,o estado dele é instável. Ele teve algumas lesões, fraturas, ja acordou, mas...
- Mas o que? - perguntou o pai de Rick.
- Mas ele vai ficar de 4 a 6 meses sem andar! Provavelmente, numa cadeira de rodas.
- Mas por que? O que houve com ele? - a mãe dele estava desesperada.
- Ele fraturou as duas pernas,no baque do acidente, acabou prendendo- as no meio das ferragens e fez com ele fraturasse o fêmur das duas pernas. Mas não se preocupem, não é definitivo. Ele vai passar por cirurgias e vai tomar os medicamentos certos. Com o tempo, se ele reagir bem a fisioterapia, vai estar de volta rápido e ter uma vida normal.
Eu fiquei fora de mim. Ele estava daquele jeito por minha culpa. Os pais dele foram vê-lo no quarto, mas não demoraram muito. Aproveitaram para ir em casa buscar umas roupas para ele e ligar para alguns parentes. Paulo entrou para vê-lo.
Fiquei sozinha na sala de espera. Não demorou muito, e vi Bia aparecer no meio do corredor.
- O que esta fazendo aqui uma hora dessa? - eu disse.
- Eu não podia deixar você aqui desse jeito! Peguei um táxi.
- Obrigada amiga! - eu disse abraçando ela, enquanto chorava.
- Como ele esta? Tem noticias?
Contei o que o médico havia dito.
- O Rick é forte, sei que ele vai sair dessa bem rápido... Mas agora que estamos aqui sozinhas, me conta direitinho o que aconteceu?
Contei a história toda, desde a festa até o acidente. Detalhe por detalhe.
- Ai meu Deus... Meu irmão te disse tudo isso? Ele pirou, só pode!
- Pois é... E o pior de tudo, é que eu também amo ele!
- Eu sabia! Sempre desconfiei de vocês dois. Aquelas trocas de olhares,ciumes bobo um do outro. Nunca me enganaram...
- Mas eu não tive culpa, eu até evitei tudo isso, mas não deu... O que eu sinto pelo seu irmão é mais forte que tudo!
- Mas ele te beijou assim, do nada? Te agarrou mesmo, como ele disse lá na rua?
- Não, eu disse pra ele que ia terminar com o Rick pra ficar com ele!
- Minha nossa! Então vocês estão juntos?
- Claro que não. E nem vamos ficar...
- E por que não?
- Não posso fazer isso com o Rick. Principalmente agora e ainda mais que sou responsável por essa situação toda. Isso vai ficar só entre eu,você e o Cauã,certo?
- Amiga, você não deve se culpar tanto assim... O Rick também tem sua parcela de culpa. Onde já se viu correr daquela forma? E se fosse alguém que estivesse na rua? Uma criança?
- Eu sei, mas não há nada que você me fale que vai me fazer tirar essa culpa dos ombros.
Paulo chegou onde nós estávamos:
- E aí, Paulo... Como ele esta? - perguntei.
- Não está cem por cento, mas está bem. Está até rindo.
- Que bom, fico mais aliviada. Então vou embora. Não tenho mais nada pra fazer aqui...
- Ele quer falar com você,Luíza.
- Comigo? Acho que não é uma boa ideia. Ele vai querer me xingar e no estado que ele se encontra,não acho uma boa eu entrar naquele quarto!
- Eu acho que ele iria ficar muito mais chateado se você não for ir vê-lo.
- Não tenho coragem, Paulo.
- Mas por quê? Se você realmente não tem culpa do que aconteceu, por que o medo? Confia em mim,vai lá...
Ele me entregou o crachá e eu me encaminhei até o quarto. Passei pelo corredor e a cada passo, eu sentia meu coração querer sair do meu peito.Eu estava com medo da reação dele ao me ver, será que ele ainda estava com muita raiva de mim?
Cheguei até o quarto e bati na porta. Uma voz rouca me disse para entrar...
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