- Ela começou chorar no pé da escada e Cauã saiu correndo para pegá-la. Quando ele a pegou no colo e a levantou, o chão e a sua calça estavam cheios de sangue. Todo mundo da escola descobriu que ela estava grávida! Levamos ela correndo para o hospital e ela foi internada, O médico fez uns exames nela e ficamos um tempão sem noticias...
Eu fiquei parada observando Bia contar o ocorrido e não conseguia acreditar. Enquanto isso, ela ia terminando de contar: - O médico chegou perto de nós depois de um tempo e nos disse que ela havia perdido o bebê. Cauã esta arrasado em casa, se trancou dentro do quarto, como sempre, e não quer sair de lá por nada nesse mundo. Ele tava tão feliz com a ideia de ser pai, ja estava acostumado.
- Caramba, como a Carla é irresponsável! Mas eu acho que ela fez de propósito, sabia?
- Porque você acha isso?
- Logo no começo ela queria tirar a criança, mas Cauã não deixou. Então, ela aproveitou a festa e usou como desculpa pra inventar um acidente. Não quero julgar ninguém, mas é o que eu penso!
- Você pode estar certa! Vamos lá em casa um pouco. Quem sabe você não consegue tirar ele do quarto?
- Ah, não quero ir não!
- Poxa, por favor amiga. Por mim! Ele esta sofrendo muito e esta precisando da gente agora...Você é uma das poucas pessoas que ele escuta, todo mundo ja tentou, agora é sua vez!
- Tudo bem, então vamos!
Saimos do parque e fomos para a casa de Bia. Ao chegarmos, ele estava no quarto ouvindo musica. Fiquei parada em frente a porta do seu quarto tomando coragem pra bater:
- Bate logo na porta, Luíza!
- Calma, Bia. Eu nem sei o que vou falar com ele...
- Aff, deixa de ser boba!
Bia bateu na porta e saiu, me deixando ali sozinha. Xinguei ela, enquanto ela entrava no seu quarto. De repente, ouvi a voz do Cauã:
- Me deixa sozinho!
Bati novamente e ele gritou mais uma vez:
- Quem é? Será que dá pra me deixar em paz?
- Sou eu, Cauã... Luíza! - respondi meio engasgada.
Ele, porém, não respondeu nada e tudo ficou em silêncio. Depois de alguns minutos, resolvi ir embora. Quando comecei a descer as escadas, ouvi a porta se abrir. Ele ficou parado na porta do quarto, eu voltei de novo para lá e fiquei frente a frente com ele. Ele me abraçou.
- Eu sinto muito!
Foi a única coisa que eu consegui falar naquele momento. Ele me chamou pra entrar e sentei em sua cama. Ele deitou no meu colo. Criei coragem e disse:
- Como você esta?
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