- Eu sei muito bem como é perder uma pessoa que a gente ama.
- É muito ruim mesmo, mas com o tempo a gente supera. A gente só não pode deixar essa dor nos dominar. Temos tantas coisas ainda para descobrir, viver, temos tantas pessoas que ainda dependem de nós. E particularmente, a Laura é tudo pra mim.
- Imagino!
A comida chegou e o silencio permaneceu um pouco pela mesa. Alice não parava de beber vinho.
- Adoro esse vinho!
- Não acha que deveria ir um pouco mais devagar?
- Não se preocupe, Cauã. Não vou ficar bêbada.
- Mesmo assim,é melhor maneirar um pouco.
- Esta bem... Cauã, Bia não fala nada com você por sair comigo?
- Não, por que ela iria falar?
- Sei lá, nunca fui muito de sair com homens e nem tive muitos amigos,pra falar a verdade! Meu pai era um pouco controlador, ai já viu! Quando saio com algum homem, fico com essas neuroses na cabeça, pensando no que os outros podem falar, pensar... Mas não liga!
- Entendo! E seu noivo?
- O que tem ele?
- Sabe que você esta aqui comigo?
- Claro que sim!
- E ele não disse nada?
- Fala serio, Cauã. Você vai virar padre, qual risco ele iria correr?
Cauã começou a rir junto com Alice.
- Tem razão! Acho que ja esta na hora de irmos...
- É, esta um pouco tarde. Amanhã tenho que abrir a loja!
Ela se levantou, Cauã foi atrás e apressou-se em pagar a conta novamente.
- Que palhaçada é essa, Cauã? Eu que te convidei para vir, não tinha o porquê você pagar a conta!
- Até parece que eu iria deixar você pagar alguma coisa aqui.
- Você é ridiculo! - disse Alice rindo.
Se despediram de Henrique e entraram no carro.
- Cauã, quer dirigir? Não estou muito bem para ir dirigindo.
- Eu te avisei para maneirar no vinho!
- Não me dá sermão agora, só dirige!
- Acontece, senhorita, que eu não sei voltar sozinho. Não conheço o caminho!
- Eu vou guiando você. Não se preocupe!
Cauã ligou o carro e seguiram de volta para casa. Alice ligou o som do carro e de repente começou tocar uma musica mais antiga.
- Ai meu Deus, eu amo essa musica!
- Você conhece essa musica?
- Segredos, do RL? Foi meu tema na adolescencia! - ela riu,
- Eu tocava ela no violão!
- Jura?
- Sim. - ele sorriu.
- Canta comigo, Cauã?
- Alice, não posso fazer isso...
- Só um pouco, ninguém vai morrer por causa disso!
- Por favor, não posso cantar esse tipo de musica!
- Por favor, só um trecho!
Cauã cantou um pedaço da musica com ela e a volta pra casa foi bem descontraida. Ao chegar na casa de Alice, ele parou com o carro.
- Chegamos, senhorita. Hora de descansar!
- Poxa, passou tão rápido. Só de pensar que eu amanhã tenho milhões de coisas pra resolver...
- Obrigada pela noite, Alice! - disse ele, interrompendo-a.
Ela o olhou e parou de falar no mesmo instante. Ele continuou:
- Me divertir muito hoje! Obrigado de verdade. Estava precisando disso outra vez!
- E que agradeço pela companhia. Boa noite!
Alice se aproximou dele e o beijou. Ele a retribuiu. Se beijaram intensamente por alguns instantes, até que ela a empurrou e desceu do carro. Alice desceu em seguida.
- Cauã, espera!